Chegando de mansinho

Desde que a cantora Cristina Mel retornou a sua ex gravadora MK Music sua carreira ganhou um merecido e interessante destaque. Os fãs, não tão satisfeitos, chegaram a comparar claramente a vida artística anterior de sua “ídala” pela Line. O argumento seria de que a ex gravadora da igreja Universal vinha dando mais cuidados e carinhos do que a atual MK.

A verdade é que sua atual fase tem sido das melhores. Antes de sua chegada, a gravadora vinha penando com repetições e “enlatados” de Fernandas, Eyshilas e Alines. Apesar de seu cd regular, sua chegada trouxe um novo ar e sofisticação nas grandes interpretações.

Cristina é desenvolta, não é tímida e muito menos hipócrita. Assume e apóia seus fãs de forma incondicional. Aliás, poderia ministrar diversos workshops a Eyshila e sua amiga. Em suma, a cantora é uma verdadeira artista. Sem querer, consegue com extrema elegância incluir sua vida pessoal como artifício em suas ministrações por diversos eventos. E isso sem deixar que quase ninguém perceba.

Suas últimas apresentações são o reflexo de seu explosivo crescimento e amadurecimento. E graças a Deus à empresa já consegue percebê-lo. Basta observar a ordem das faixas nas últimas coletâneas, ou ainda, posições e quantidade de vezes nas canções em grupo.

Na faixa “conquistando o impossível”, Cristina praticamente dominou a canção. Passando até mesmo a frente de Fernanda Brum, e isso tanto na interpretação vocal como em vídeo. No clipe, a mãe de Isabella consegue exalar com sua própria alma cada palavra do que canta. Da mesma forma é a nova interpretação ao lado de Marcus Salles no cd “Celebrando o Natal”. Além do fato de ser simplesmente a música mais linda do cd, “Maria saibas que” é nada mais nada menos do que a primeira faixa.

Então vamos recordar... Quem costumava ser a “abre alas” das coletâneas? Alias, estamos nos referindo a mesma que não foi inserida na canção “Jamilly” à lá MK. Aline Barros. Não vamos nem nos dar ao trabalho de comentar o cd natalino porque existem outras análises anteriores. Logo, Cristina geme, sussurra e conquista dia-a-dia um lugar que vinha sendo guardado pela mulher dos cabelos da promessa. O único que conquista tal espaço em versão “masculina” é o cantor Willian Nascimento. Outro que infelizmente se perde em seu estilo “penteca” e só se destaca quando o lançam em coletâneas de amor e cia.

Cristina começa a interpretar grandes canções. Mas, o que nós e o público com ouvidos e cérebro limpo espera é que a empresa abra o caminho para que o vulcão Cristina Mel entre em erupção. Seu cd infantil já é uma ameaça musical ao trabalho da “nossa rainha dos baixinhos”. Agora imaginem um cd adulto bem produzido e com apenas 2 estilos musicais? A cantora demonstrou em poucas oportunidades toda sua versatilidade em pop e agora em baladas românticas.

Quem quer afundar uma artista tão completa com o estigma “Pentecostal”? Nós não.

Parabéns Cristina. Um pouco de profissionalismo sem tantos “Raleluias” nunca fez mal a ninguém.